terça-feira, 25 de agosto de 2015

Mr. Angel (2013)


Mr. Angel (2013)
Direção: Dan Hunt
Duração: 1h 10m
Gênero: Documentário biográfico



Sinopse: Filmado ao longo de seis anos, esse documentário narra a vida extraordinária do ativista, educador, produtor, diretor e astro pornô transexual Buck Angel. O filme mostra como Buck superou o vício pelas drogas, baixa autoestima, prostituição e outros obstáculos para se transformar em uma pessoa muito mais especial do que ser apenas um homem com uma vagina, como é conhecido no mundo pornô. Apesar de todas as controvérsias que o cercam, ele nunca fez concessões. Um herói improvável, pós-moderno e muito sexy! SXSW2013


Quantas mulheres conseguem dizer "Eu amo a minha vagina!"? Pois é, Buck consegue e com orgulho. Mas, ele é um homem, que tem vagina e sente desejo por mulheres. Se perdeu? Voltamos então ao início.

Buck nasceu mulher. Mas, sentia-se como um garoto. Teve uma mudança de sexo para homem, mas não fez cirurgia de mudança de sexo (transgenitalização). Pois, como ele bem disse, gosta da sua vagina.

Veja, não é o carrinho, não é a boneca, não é o rosa nem o azul. Susan simplesmente se identificava como Buck. Sim, pode ser confuso. Mas, a forma de Susan ser e estar no mundo era sendo Buck. Não é porque tinha uma vagina que se identificava com o ser mulher. A identidade de gênero está para além da vagina e do pênis. Por isso a decisão de Buck em não trocar seu órgão sexual. 

Ah, e a identidade sexual é diferente da orientação sexual. Por isso, Buck é um transgênero masculino que sente desejo por mulheres.

É para conhecer, pensar e respeitar. O que realmente nos torna homens/mulheres?

Assistimos então ao relato da vida de um transgênero masculino. Vemos sua transição do feminino para o masculino. Suas dores, amores e dissabores. Suas próprias dificuldades no processo bem como a de seus pais e irmã.

Por fim, Mr. Angel é um belo documentário que retrata a comovente história de Buck, sua autodescoberta e sua busca por seu lugar no mundo. Para além do feminino e para além do masculino, variações de gênero. Para pensar!


terça-feira, 28 de abril de 2015

O preço de uma escolha

O preço de uma escolha

Título original: If these walls could talk (EUA, 1996)
Direção: Cher e Nancy Savoca
Elenco: Demi Moore, Sissy Spacek e Cher
Gênero: Drama



Sinopse: O aborto é o tema comum de três histórias passadas em diferentes ocasiões: em 1954, jovem viúva recorre ao aborto quando fica grávida do cunhado, meses após a morte do marido; em 1970, família decide se a mãe, que já tem 4 filhos, deve dar à luz o quinto; e nos anos 1990, jovem que engravidou de professor chega à clínica em meio a uma manifestação.

Fazer ou não um aborto? Esse é o tema do filme “O preço de uma escolha”.

A decisão pelo aborto nunca é fácil. Apesar da legislação brasileira não permitir, o aborto é praticado no Brasil sim! Seja por mulheres de alta ou baixa classe social, por adolescentes, jovens ou adultas, em boas condições de higiene ou não, com anuência ou não do parceiro. É uma questão de saúde pública!

Vale deixar claro que o aborto não é um método de anticoncepção. O Aborto é a interrupção provocada ou espontânea da gravidez. A sociedade condena sua prática, porém não promove educação sexual. O primeiro passo é falarmos sobre o tema. Esse é o ponto alto do filme, promover reflexões sobre a prática do aborto e suas consequências.

A prática clínica confirma que o aborto pode desencadear algumas dificuldades psicológicas e sexuais na mulher, como: queda da auto-estima, perda do desejo sexual, aversão ao companheiro, culpa, frustração, doenças psicossomáticas e depressão. Causando, assim, dificuldade de aceitação, dificuldade de relacionamento e disfunção sexual.

O aborto é, sem dúvida, uma situação geradora de stress e ansiedade. É importante que a mulher, ao reconhecer alguma dificuldade procure ajuda especializada.  Para você pensar melhor sobre a questão, faço a indicação do filme “O preço de uma escolha”. Pense em saúde da mulher e qualidade de vida.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Não sei como ela consegue

Filme: Não sei como ela consegue

Nome Original: I Don´t Know How She Does It (EUA, 2011)
Direção: Douglas McGrath
Elenco: Sarah Jessica Parker, Pierce Brosnan, Greg Kinnear, Christina Hendricks, Kelsey Grammer

Gênero: Comédia Romântica



Sinopse: Kate Reddy (Sarah Jessica Parker) é o modelo da mulher moderna, dividindo seu tempo entre os afazeres domésticos como mãe de família e os profissionais, decorrentes de seu trabalho. Ela sofre com a falta de tempo para o marido Richard (Greg Kinnear) e os filhos Emily (Emma Rayne Lily) e Ben (Julius Goldberg/Theodore Goldberg), um problema que aumenta ainda mais quando passa a trabalhar com Jack Abelhammer (Pierce Brosnan) na criação de um fundo.


Poderia ter assistido ao filme com outro olhar, como por exemplo, pensar em relações de gênero no trabalho, impulsividade e controle, mas não teve como eu não me ater ao tema da maternidade, em como ser mãe, mulher, esposa, filha, irmã, profissional, amiga, amante... Sim, tudo ao mesmo tempo.

O papel que Sarah Jessica Parker representa no filme “Não sei como ela consegue” é o de muitas mulheres atualmente. Como, no auge da carreira, desacelerar e ser mãe? Como pensar na festinha, na escola, nas férias, no almoço, nas roupinhas e ainda escrever um artigo? Como parir e continuar a ser sexy? E as roupas, o que serve e está limpo? Se você já passou por isso sabe bem do que estou falando. Se não, vai ser divertido.

E, assim, de uma forma engraçada e prazerosa, que é como devemos passar por esses momentos, o filme retrata a mulher que em meio a tantos papéis assume as rédeas da sua vida. Cuida dela, da família, do relacionamento com o marido, do trabalho, da vida!

Vale a diversão!

"Um homem diz que vai sair do escritório e cuidar de seu filho doente e todos acham que é o exemplo paterno a seguir.
A mulher diz que precisa sair para cuidar do filho doente e acham-na desorganizada e irresponsável".

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Cinquenta Tons de Cinza



Cinquenta Tons de Cinza



Por uma sexualidade mais colorida
 
Se você está esperando uma análise psicológica ou sexológica do filme pare de ler agora. Estou apenas tecendo alguns comentários.

Sim, li e assisti ao Cinquenta tons de cinza. Poderia dizer que foi puramente profissional, já que além de psicóloga sou sexóloga e muito tem se comentado em consultório, mas foi também para saber se sairia diversão dali. Muito pouco, pois existem livros e filmes eróticos muito mais interessantes.

Acredito ser muito simplista dizer que "ah, se ele fosse feio e pobre não daria tanto prazer a ela". Por quê? Simples, quem dá prazer à mulher é ela mesma. Quando a mulher se permite ter prazer (o que tem se mostrado difícil na nossa sociedade machista) e sabe  se dar prazer (olha a importância da educação sexual aí também!) a troca e o envolvimento com a parceria é muito mais gostosa.

Fazia muito tempo que eu ia ao cinema e tivesse esse burburinho todo. Não digo sobre o que está na mídia e nas redes sociais, mas fui à sessão na quinta-feira feira da estreia, no início da tarde, e não eram adolescentes quem estavam dando gritinhos no cinema. A cada aparição do Grey era momento de gritinhos e se ouvia "lindo!". Gente, lindo é um conceito muito pessoal. Esse Cristian Hollywoodiano é muito Crepúsculo. Eu, particularmente, aprecio muito mais o ator que interpreta o motorista dele. Mais HOMEM, com mais atitude.

Muitas mulheres estão pensando que atitudes são as ordens que ele dá, não só como dominador, mas na vida em geral. Não! Mulheres, atitude é o homem saber te seduzir na vida como um todo, te dar espaço de crescimento independente dele, te admirar por ser sexualmente bem resolvida, te mimar sim, mas do jeito que te agrada.

Outra pergunta a mim feita é: "vale a pena assistir ao filme?". Depende das suas expectativas. É bem clichê, como nos livros. Tem algumas cenas sensuais que só você vai saber se te excitam ou não. Logo, você pode sim se divertir, desde que não se prenda somente às nuances do cinza.

Pois, o bom de todo esse burburinho é o espaço que está aberto para se pensar sobre prazer e sexualidade. Mas lembre-se de não delimitar seu prazer apenas nos tons de cinza, tudo pode ser deliciosamente colorido!