sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tabu


Towelhead
De Alan Ball, EUA, 2007
Roteiro Alan Ball
Baseado no livro Towelhead, de Alicia Erian
Fotografia Newton Thomas Sigel
Música Thomas Newman
Produção Indian Paintbrush, This is That Productions. DVD Califórnia
Cor, 124 min

Tabu - Trailer

“Tabu” é um filme difícil de assistir. É incômodo, por quê? Além de abordar o tema abuso sexual, retrata também racismo, choque cultural, negligência e incompetência de pai e mãe.

Com 13 anos, Jasira está na puberdade, fase de transição da infância para a adolescência. Hormônios à flor da pele, muitas descobertas, muitas dúvidas, muitos desejos. Corpo e mente que se transformam a cada dia. Tudo é um grande turbilhão de emoções. Porém, ela está sozinha nessa passagem, pois sua mãe preferiu o namorado a ela e seu pai, que quer educa-la sob os valores tradicionais da cultura muçulmana em pleno Estados Unidos, não tem o menor tato para lidar com as transformações de sua filha.

Jasira consegue um espaço saudável de crescimento em meio a todos esses abusos. A vizinha Melina e seu marido a acolhem com respeito. Aliás, RESPEITO é a palavra chave desse casal. E, deve ser a palavra chave de todos os relacionamentos.

Em muitos momentos o próprio filme questiona a culpa de Jasira pelos abusos dos quais ela é vítima. É chocante! Mas, é o que realmente acontece com as pessoas abusadas, muitas acreditam que tiveram culpa. E muitas pessoas ainda acreditam, de forma machista e preconceituosa, que a mulher “provoca” algumas violências. No filme a mãe preferiu ficar com o namorado abusador. Tal situação de abuso também acontece MUITO. Mães, para não ficarem sozinhas abandonam suas filhas em pleno desenvolvimento.

O filme aborda também um machismo ainda em voga na nossa sociedade. Interdições do desenvolvimento saudável da sexualidade feminina. A manutenção da dicotomia Puta e Santa.

É um filme cheio de nuances. Muitos comportamentos não verbais a serem reparados. Mas atenção! Importante: Por mais insinuante que seja a criança ou a adolescente, o responsável pelo limite é o adulto. É ele quem tem (ou deveria ter!!) condições de esclarecer e proteger uma pessoa em desenvolvimento.

Por fim, o filme “Tabu” deflagra a importância da educação sexual. O conhecimento do seu próprio corpo e dos seus direitos sexuais protege crianças e adolescentes de situações de abuso, inclusive de seus pais.


“A descoberta da sexualidade num ambiente hostil”








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