quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Palhaço





    Título original: O Palhaço
    Lançamento: 2011 (Brasil)
    Direção: Selton Mello
    Atores: Selton Mello, Paulo José, Giselle Motta, Larissa Manoela.
    Duração: 88 min
    Gênero: Comédia Dramática

    O Palhaço (2011) Trailer Oficial.


Como estou fazendo algumas mudanças na vida, estou com uma lista de filmes a serem assistidos. E também alguns assistidos que ainda não consegui escrever sobre. Mas hoje, depois de saber da indicação do filme para concorrer a uma vaga de o melhor filme estrangeiro, pelo Brasil, na cerimônia do Oscar 2013. Parei tudo, sentei-me e fui assisti-lo.

O filme “O Palhaço” é emocionante e merece sim a posição alcançada. É de uma delicadeza tocante. A ética do circo, bem como a ética da família é generosamente retratada. O filme prestigia o universo do circo. Singelamente chamado Circo Esperança.

Interessante saber que o filme ajudou ao próprio Selton Melo a sair de uma depressão. É a crônica de uma vida, o caminho que o palhaço faz na busca de sua identidade. A construção da identidade sofre influências histórico-culturais e familiares. A identidade vai sendo construída desde as primeiras relações, da infância, processos intrapsíquicos e interações ambientais, além dos componentes genéticos. Como bem retratado no filme. E, como cada indivíduo é único, as maneiras como cada um recebe a influência é diferente. Assim, Benjamin foi em busca de sua própria, despregando de seu pai e sua família (circo) para só voltar depois de defini-la. Ele se encontra, além dos discursos e das práticas, pela Identidade em si. O nosso R.G. que contém nosso Nome Próprio – o início de nossa identidade.

Muito boa a atuação do Selton Melo e muito me emocionou o Paulo José superando, sempre, o mal de Parkinson.

“Eu faço todo mundo rir, mas quem vai me fazer rir. Estou precisando”.

Sinopse: Benjamim (Selton Mello) trabalha no Circo Esperança junto com seu pai Valdemar (Paulo José). Juntos, eles formam a dupla de palhaços Pangaré & Puro Sangue e fazem a alegria da plateia. Mas a vida anda sem graça para Benjamin, que passa por uma crise existencial e assim, volta e meia, pensa em abandonar Lola (Giselle Mota), a mulher que cospe fogo, os irmãos Lorotta (Álamo Facó e Hossen Minussi), Dona Zaira (Teuda Bara) e o resto dos amigos da trupe. Seu pai e amigos lamentam o que está acontecendo com o companheiro, mas entendem que ele precisa encontrar seu caminho por conta própria.
 




segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Mundo de Tara



Título Original: United States of Tara
Ano: 2009
Texto e Supervisão: Diablo Cody e Steven Spielberg
United States Of Tara - Tribute


Com a minha formação profissional (psicologia), é claro que aprecio séries que abordem temáticas mentais e afins. Assim me interessei pelo seriado "O Mundo de Tara" (United States of Tara). Aqui no Brasil a série estreou em 2009 e foi transmitida pela Fox Brasil. É uma série de comédia dramática, que retrata a vida de Tara Gregson, uma dona de casa com Transtorno Dissociativo de Identidade.

O Transtorno Dissociativo de Identidade, de forma bem simplista, pode ser definido pela existência de duas ou mais identidades distintas num mesmo indivíduo. Cada personalidade tem sua história de vida, comportamentos, gostos e formas de interagir com o meio, sendo assim, completa e independente. A maioria dos diagnósticos revela que a pessoa passou por traumas significativos na infância, período em que a noção de Eu está em construção.

Voltando ao seriado, Tara é uma mulher que sofre de Transtorno de Identidade Dissociativa. É casada com Max, dona de casa, mãe de dois filhos adolescentes, Kate e Marshall. A história começa quando Tara decide em terapia que está preparada para parar de tomar seus medicamentos e descobrir o que desencadeou o transtorno, o porquê dela ter o transtorno e até mesmo quando começaram seus episódios de mudança de personalidade. Fato que deixou lacunas em sua história de vida, que se mistura a de seus fragmentos de personalidade (alteregos). Que no caso de Tara se revelam em seis.

Assim, Tara tem múltiplas personalidades que a ajudam a “limpar o seu porão”, de onde ela tem dificuldades de sair. 

“Virar uma pessoa inteira pode ser solitário. Mas é a única maneira”.

Esse turbilhão de comportamentos atinge, é claro, as relações familiares. Todos se perdem, se (re)encontram e sofrem junto à Tara. A série maximiza o que há de mais difícil nas relações humanas – o instável. Todos distantes e colados uns nos outros.

Para mim, foi também relevante acompanhar Marshall. Suas descobertas e dificuldades quanto à sexualidade. E, como a escola lida com ele. Preconceito e Educação Sexual em destaque.

Por fim, são 36 episódios que retratam a história de Tara, com seu Transtorno Dissociativo de Identidade e os relacionamentos familiares. Vale muito a pena assistir pelas ótimas tramas e subtramas que "O Mundo de Tara" apresenta. E, também, pela perfeita atuação de Toni Collette, a Tara e seus alters.  


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